sexta-feira, 31 de agosto de 2012
¡Pra Habana!, Rosalía de Castro
(...)
Este vaise i aquel vaise,
e todos, todos se van.
Galicia, sin homes quedas
que te poidan traballar.
Tés, en cambio, orfos e orfas
e campos de soledad,
e pais que non teñen fillos
e fillos que non tén pais.
E tés corazós que sufren
longas ausencias mortás,
viudas de vivos e mortos
que ninguén consolará.
(...)
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Cavalo à Solta, José Carlos Ary dos Santos
Minha laranja amarga e doce meu poema feito de gomos de saudade minha pena pesada e leve secreta e pura minha passagem para o breve breve instante da loucura. Minha ousadia meu galope minha rédea meu potro doido minha chama minha réstia de luz intensa de voz aberta minha denúncia do que pensa do que sente a gente certa. Em ti respiro em ti eu provo por ti consigo esta força que de novo em ti persigo em ti percorro cavalo à solta pela margem do teu corpo. Minha alegria minha amargura minha coragem de correr contra a ternura. Por isso digo canção castigo amêndoa travo corpo alma amante amigo por isso canto por isso digo alpendre casa cama arca do meu trigo. Meu desafio minha aventura minha coragem de correr contra a ternura.
Amigo, Eugénio O'Neill
Mal
nos conhecemos
Inaugurámos
a palavra amigo!
Amigo
é um sorriso
De
boca em boca,
Um
olhar bem limpo,
Uma
casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um
coração pronto a pulsar
Na
nossa mão!
Amigo
(recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos
detritos?)
Amigo
é o contrário de inimigo!
Amigo
é o erro corrigido,
Não
o erro perseguido, explorado.
É
a verdade partilhada, praticada.
Amigo
é a solidão derrotada!
Amigo
é uma grande tarefa,
Um
trabalho sem fim,
Um
espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Make You Feel my Love, Bob Dylan
When the rain is blowin' in your face
And the whole world is on your case
I could offer you a warm embrace
To make you feel my love.
When the evening shadows and the stars appear
And there is no one there to dry your tears
I could hold you for a million years
To make you feel my love.
I know you haven't made your mind up yet
But I would never do you wrong
I've known it from the moment that we met
No doubt in my mind where you belong.
I'd go hungry, I'd go black and blue
I'd go crawlin' down the avenue
No, there's nothin' that I wouldn't do
To make you feel my love.
Though storms are raging on the rollin' sea
And on the highway of regrets
Though winds of change are throwing wild and free
You ain't seen nothin' like me yet.
I could make you happy, make your dreams come true
Nothing that I wouldn't do
Go to the ends of the Earth for you
To make you feel my love.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Quem morre? de Martha Medeiros
Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.
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