quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Causas

Uma vida não tem preço. 33 vidas são certamente merecedoras de todos os esforços possíveis para que se preservem. Foi isso mesmo que o Chile nos mostrou. A preservação da vida deve ser o mais alto valor, defendido até ao extremo.
De toda esta situação ocorrida no Chile, devemos reter o imenso valor que foi dado às vidas. Em muitos outros locais do mundo não se sabe como seria…
Mas do Chile veio outro ensinamento, na minha opinião merecedor de uma análise atenta para que possa servir de exemplo a Portugal. Falo da união de um povo, de um país em torno de uma causa.
O salvamento dos mineiros teve também o mérito de nos mostrar as mais variadas demonstrações de solidariedade entre pessoas, patriotismo, alegria, emoção. Todo o Chile estava unido em torno dos mineiros, em torno de uma causa.
Não sou conhecedor da realidade chilena para saber se é ou não um país com causas. Sou contudo conhecedor o suficiente da realidade portuguesa para saber que somos um país sem causas.
Portugal é um país onde se vive só por viver. Não nos interessa muito saber para onde vamos, se vamos por um lado ou se vamos por outro.
Perante um atentado aos nossos rendimentos, o que fazemos? Nada.
O país está a dirigir-se para o abismo, o que fazemos? Nada.
Na França sucedem-se greves, na Grécia sucedem-se manifestações, por todo lado a contestação é grande. E nós o que fazemos? Nada.
Esperamos impávidos e serenos que o rumo não seja muito mau, porque dias melhores virão.
Não temos causas, não temos objectivos enquanto nação.
É urgente mudar este estado de coisas porque afinal as vidas não têm preço e uma vida sem objectivos é uma morte anunciada.

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